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Empresas & Negócios

- Publicada em 24 de Novembro de 2015 às 17:08

"O empreendedor nasce da necessidade do mercado"

Venturini recomenda a pesquisa de dados para conhecer o problema a ser atacado

Venturini recomenda a pesquisa de dados para conhecer o problema a ser atacado


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
Diante de 60 estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o professor-investidor-mentor Jonas Venturini, 33 anos, foi bem claro: “O empreendedor nasce da necessidade do mercado”. Venturini, entre palavras de efeito e cases bem conhecidos do mundo das startups da espécie unicórnio — míticas por terem saído do zero a bilhões de dólares em tempo recorde (Facebook, Google, YouTube, Uber, Airbnb…), propagou que negócios inovadores são aqueles que geram impacto social. Não há como separar mais as duas virtudes, previne o professor de estatística na Unisinos e sócio da Bruke Investimentos, pois elas carregam no mesmo business potencial de ganhos saborosos e de mudança de hábitos, facilitam a vida das pessoas e se pulverizam globalmente. Aos universitários que em quatro semanas teriam de parir um negócio seguindo a metodologia do Desafio Empreendedor da Ufrgs (dirigido pela Pulsar e patrocinado por Sebrae-RS e Escola de Engenharia), Venturini ainda preveniu: “Não se apaixonem por negócios, mas por vocês. Negócios são para serem feitos e, sim, podem ser vendidos”. Aos 33 anos, nascido em Santa Maria e sócio em cinco startups gaúchas, entre elas Aulalivre.net e Mobibox, Venturini confessa que está viciado em rastrear e investir em novos negócios, o que não necessariamente exige ter dinheiro no bolso.
Diante de 60 estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o professor-investidor-mentor Jonas Venturini, 33 anos, foi bem claro: “O empreendedor nasce da necessidade do mercado”. Venturini, entre palavras de efeito e cases bem conhecidos do mundo das startups da espécie unicórnio — míticas por terem saído do zero a bilhões de dólares em tempo recorde (Facebook, Google, YouTube, Uber, Airbnb…), propagou que negócios inovadores são aqueles que geram impacto social. Não há como separar mais as duas virtudes, previne o professor de estatística na Unisinos e sócio da Bruke Investimentos, pois elas carregam no mesmo business potencial de ganhos saborosos e de mudança de hábitos, facilitam a vida das pessoas e se pulverizam globalmente. Aos universitários que em quatro semanas teriam de parir um negócio seguindo a metodologia do Desafio Empreendedor da Ufrgs (dirigido pela Pulsar e patrocinado por Sebrae-RS e Escola de Engenharia), Venturini ainda preveniu: “Não se apaixonem por negócios, mas por vocês. Negócios são para serem feitos e, sim, podem ser vendidos”. Aos 33 anos, nascido em Santa Maria e sócio em cinco startups gaúchas, entre elas Aulalivre.net e Mobibox, Venturini confessa que está viciado em rastrear e investir em novos negócios, o que não necessariamente exige ter dinheiro no bolso.
Confira as dicas do entrevistado sob medida a quem está pilhado em empreender, investir ou virar dono de empresa sem gastar um tostão, usando o seu capital intelectual e experiência.
• Empreender é...
Uma atitude, não é um conceito, não é uma ferramenta. Para fazer isso na maneira mais profunda do conceito, a pessoa precisa ter em mente qual é a necessidade do consumidor que ela está atingindo. E é nesse ponto que os jovens futuros empreendedores devem, nesse momento, se ater mais, e saber que necessidade estão suprindo, que problema estão resolvendo. Sempre digo: busquem o maior número de dados, estatísticas do problema que estão querendo resolver. Este é o momento de mergulhar nos dados de mercado (há várias fontes - Euromonitor, Banco Central, FEE, IBGE, Fecomércio, Fiergs e consultorias). A ideia é trazer a realidade do problema que querem solucionar.
• Segredo das startups que valem R$ 1 bilhão é...
Elas alcançam esta cifra pois atendem a uma necessidade global. O WhatsApp entendeu que as pessoas precisam se comunicar e foi vendido por US$ 16 bilhões. O EasyTaxi entendeu que as pessoas precisam se locomover de uma maneira mais ágil e rápida e foi vendido também por uma quantia muito significativa. O Instagram percebeu que as pessoas tinham necessidade de publicar suas fotos para amigos e redes sociais e foi arrematado por mais de bilhão, o YouTube, foi vendido ao Google em 2008 porque as pessoas queriam ver e postar vídeos. Este é o ponto: suprir uma necessidade em/ escala global. Mas se quiser atingir um mercado local, não necessariamente ganhará um bilhão mais rápido. Mas tendo potencial e escalonando ao resto do Brasil e para fora, o potencial é gigante.
• Inovar ou impactar...
Para a efetividade do negócio, o que vale mesmo é a geração de caixa. Tu podes ter um negócio extremamente tradicional que venha com uma proposta nova ou nova no mercado como foi o Peixe Urbano. O fundador viu o serviço nos Estados Unidos e trouxe ao Brasil, aqui decolou, ele ganhou muito dinheiro e o business acabou. Teve impacto por um período. O Uber já recebeu vários rounds de investimento, é o aplicativo mais usado no mundo e é um produto que atende a uma necessidade global. Em Porto Alegre, hoje são pouco mais de 3 mil táxis, há um apagão de transporte público. O Uber viu esse apelo e entrou. O Airbnb é outro exemplo. Com o aumento da classe média no mundo, pessoas viajando mais e sem querer parar em grandes hotéis, o Airbnb fez a ponte entre quem tem a casa e quem tem a vontade de parar. Este case é interessante porque o plano de negócio foi feito baseado em tudo que poderia dar problema ao receber um estranho em sua casa (se ele mexer nas coisas, se esquecer a chave, se roubar, o que tem de fazer). Os criadores mapearam todos as possibilidades de problemas e propuseram o modelo de negócios que está crescendo cada vez mais no mundo.
• No começo do negócio...
A grande questão é sempre é a ideia que parte da cabeça do empreendedor. Depois disso, ele tem de planilhar, colocar no papel. Muitas pessoas chegam e dizem 'tenho uma ideia fantástica', mas perdem o timing porque não colocaram a proposta no papel. O passo seguinte é chegar ao mercado, e mais de 90% dos empreendedores não fazem este processo completo. No mercado, vem o quarto momento, que é muito importante: o pivotamento do modelo de negócio, que é fazer alterações, adequando à realidade do mercado. Depois vem o escalonamento (para tentar chegar ao 1 bilhão). O Facebook foi pivotando e chegou hoje a 1,55 bilhão de usuários.
• Jovens devem saber...
O empreendedor nasce (e os teóricos validam isso) por oportunidade ou necessidade. Gosto sempre de dizer que tem de surgir da necessidade do mercado onde o empreendedor está inserido ou que ele quer atingir. Os participantes do Desafio têm de buscar o que está faltando no mercado, as soluções que pode gerar a problemas. Esse é o marco zero. Como começo a pesquisar isso? Pelas características de cada um, pelo que gosta de fazer e o que pode identificar dentro disso de problema que pode solucionar. Entendeu o processo, vai reunir dados e materiais para clarear a ideia. Depois, vai para as ferramentas de Canvas, outros modelos de planos de negócio, para planilhar. Neste processo, os estudantes vão contar com mentores qualificados e com vivência de mercado que ajudarão na lapidação das ideias. Na sequência, virá a montagem do MVP (minimum viable product, em inglês) para depois ir ao mercado. Para implementar, terão de pivotar e escalonar.
• Na hora de escolher os sócios...
Deve levar em conta a complementariedade de ativos. Há pessoas extremamente estrategistas e outras operacionais. Um time vencedor precisa de ambos - pessoas com capacidade maior de planejamento e outras com a de execução. Tem de pensar o que pode buscar na outra pessoa o que o complementa, este é o grande desafio. E não pensar em buscar quem é muito igual.
• A ideia e o investidor...
Ou tu vai correr atrás do investidor ou ele vai bater na tua porta. Vai depender da maturidade da tua ideia e de quanto isso está claro para ti e a necessidade está clara de atingir no mercado. O empresário que propõe algo novo tem de saber, e é do jogo de hoje, que em algum momento investidores poderão bater à sua porta ou ele terá de buscá-los. Por isso, o empresário tem de deixar o modelo do negócio o mais redondo possível para, quando chegar a hora, conseguir apresentar da melhor maneira. Por isso, faz-se muitos pitches para que ele vá se acostumando a defender qual é o seu propósito na empresa, que é basicamente a grande necessidade ou problema que ele está solucionando.
• Ser sócio sem dinheiro...
É possível atuar investindo diretamente, como o caso da Aulalivre.net, onde compramos a participação de um dos sócios. Mas com o passar do tempo se vai adquirindo experiência e, em negociações que levam negócios às empresas, troca-se o retorno financeiro por capital social. Ou seja, aumenta-se o portfólio de investimentos pelo teu know how (levar modelos de negócio, conhecimento e experiência - estou em três conselhos de empresas), networking (que é tudo!), capital que aporta ou negócios que gera. Esse é um grande trunfo: a partir da oportunidade de um negócio converter o que antigamente se chamaria 'comissão' em capital social, virando sócio.
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