O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução das Operação Lava Jato, elogiou a juíza Célia Recina Odu Bernardes, que autorizou, na segunda-feira, a busca e apreensão em empresas do filho do ex-presidente Lula (PT) Luís Cláudio Lula da Silva em uma nova fase da Operação Zelotes. Durante evento, ontem, da revista inglesa The Economist, em São Paulo, Moro disse que a decisão da juíza foi "importante".
Para o juiz, a Operação Lava Jato sozinha não é o agente influenciador de uma mudança no País. Ele defendeu o fortalecimento das instituições como primordial para aumentar a eficácia ao combate à corrupção.
Moro disse que a Lava Jato não é uma exceção e, para exemplificar, ressaltou a decisão da magistrada Célia Regina Og Bernardes, que autorizou ainda a prisão de seis envolvidos no esquema de corrupção no Carf.
"Esses casos (Lava Jato, Zelotes etc...) influenciam positivamente. Ontem (segunda-feira) mesmo, tem a decisão de uma colega juíza que pareceu importante", disse, elogiando a magistrada. "Acredito que o caso (Zelotes) está nas mãos de uma colega juíza muito competente."
Moro participou de um debate sobre a corrupção no Brasil ao lado da jornalista da GloboNews Monica Waldvogel e do advogado Thiago Jabor. O encontro foi mediado pelo editor da revista, Michael Reid, que abordou a crítica ao excesso de delações e prisões preventivas e perguntou se isso estaria contribuindo para "pescar" envolvidos.
Moro rebateu as críticas e brincou: "Olha, acho que tem vindo bastante peixe. (Mas) acho que existe uma crítica exagerada", disse.
O juiz defendeu ainda que o combate à corrupção não é um dever só das instituições, mas da sociedade também. E brincou dizendo que tem aceitado ir a eventos com empresários para "passar basicamente" um recado: "Não paguem propina", aconselhou.
Moro rejeitou um questionamento de que as instituições estariam frágeis. Para o juiz, a manutenção das investigações tipificam uma instituição forte.