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Governo Federal

- Publicada em 25 de Outubro de 2015 às 18:44

Dilma alerta para riscos à democracia no País

Entrevista à TV CNN foi ao ar ontem

Entrevista à TV CNN foi ao ar ontem


JONATHAN NACKSTRAND/AFP/JC
A presidente Dilma Rousseff (PT) alertou, em entrevista à rede de TV americana CNN, neste domingo, que as tentativas de abrir um processo de impeachment contra ela colocam em risco a democracia brasileira, e afirmou que um dos principais legados de seu governo será a reforma da previdência e o ajuste fiscal.
A presidente Dilma Rousseff (PT) alertou, em entrevista à rede de TV americana CNN, neste domingo, que as tentativas de abrir um processo de impeachment contra ela colocam em risco a democracia brasileira, e afirmou que um dos principais legados de seu governo será a reforma da previdência e o ajuste fiscal.
A presidente lamentou que o conflito das eleições do ano passado tenha continuado com a mesma intensidade após sua vitória, indicando falta de maturidade nas relações da oposição com o governo.
"Temos que ter muito cuidado com isso, porque ainda temos uma democracia, eu diria, adolescente", disse Dilma na entrevista que foi ao ar neste domingo. Apesar da alta temperatura da crise no Brasil, a CNN não teve pressa em exibir a entrevista. Ela ficou engavetada por um mês, após ser concedida ao apresentador Fareed Zakaria em Nova Iorque, em 25 de setembro, durante a passagem da presidente pela cidade para participar da Assembleia Geral da ONU.
O programa de Zakaria é um dos mais prestigiados da CNN e por ele costumam passar algumas as autoridades americanas e mundiais. Antes de Dilma, a edição deste domingo teve entrevistas com Paul Wolfowitz, um dos arquitetos da guerra do Iraque, Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, e Ben Bernanke, ex-presidente do Fed (Banco Central dos EUA).
Na introdução à entrevista, Zakaria descreveu um cenário de "várias crises" no Brasil e lembrou o declínio na imagem internacional do País. "É um País extremamente importante, mas como caiu desde que era a primeira letra do Brics, o grupo de países emergentes em que os banqueiros depositavam grandes expectativas", observou o apresentador.
Zakaria começou perguntando sobre o passado de Dilma na luta contra a ditadura e os anos em que foi presa e torturada. A presidente respondeu que se considera parte da trajetória do Brasil da ditadura à democracia. E ressaltou que o importante é sair de experiências duras como a tortura "sem ódio".
A fisionomia de Dilma se fechou ao ser abordada sobre a economia. Questionada se a severa crise atual indicava que o Brasil havia desperdiçado a "oportunidade de ouro" oferecida quando o contexto internacional era mais favorável, com o boom das commodities, Dilma discordou.
"Não perdemos essa oportunidade. O maior valor que nós conquistamos nesse período foi transformar o Brasil numa economia de classe média com um grande mercado consumidor", disse Dilma, frisando que, na última década, 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza e 40 milhões ascenderam à classe média.
A presidente afirmou que embora seja uma "experiência dolorosa", a crise deve ser usada para avançar as reformas da previdência e fiscal. Ela reiterou o seu compromisso com essas reformas, que pretende deixar como legado, pois serão "decisivas" para o próximo ciclo de crescimento.

Campanha presidencial escondeu crise política nos debates com candidatos

Exatamente um ano após uma das mais duras eleições presidenciais da política brasileira, as campanhas que municiaram o confronto entre Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (então no PSB) ainda provocam debates intensos e permanecem no epicentro da atual crise política.
Na avaliação de alguns dos mais requisitados profissionais do mercado de marketing político do País, a difícil situação econômica de 2015 - o déficit das contas públicas pode chegar a R$ 70 bilhões - e a aplicação de um ajuste fiscal deixaram claro que os protagonistas da disputa "jogaram para baixo do tapete" os sinais do que viria pela frente.
Em maior ou em menor grau, a avaliação é de que os três concorrentes adotaram estratégias descoladas da realidade para não assustar o eleitor. "As campanhas varreram para debaixo do tapete os problemas. Quando acenderam as luzes do salão, o quadro era completamente diferente daquilo que foi discutido nos palanques em 2014", afirma o publicitário Paulo Vasconcelos, que comandou a campanha de Aécio Neves no ano passado.
Um ministro do governo que participou ativamente da campanha petista, reconheceu que a então candidata errou na abordagem do cenário econômico. Segundo ele, a presidente poderia ter vencido a eleição com uma "campanha mais realista", o que teria evitado a sensação de que Dilma "mentiu" ao País.
Um dos responsáveis pelas primeiras campanhas majoritárias do PT, o publicitário Chico Malfitani, que em 2014 comandou a campanha ao Senado de Eduardo Suplicy (derrotado por José Serra), faz análise dura sobre a estratégia de Dilma. "Se analisarmos o que está acontecendo com o ajuste fiscal, sim, o PT mentiu na campanha. Não sei se na cabeça do João Santana passava a ideia de que o futuro ministro da Fazenda seria o Joaquim Levy e que teríamos o ajuste fiscal. Fica fácil culpar o marqueteiro agora", avalia Malfitani.

Para o vice-presidente Michel Temer, o PMDB tem sido fundamental para a solução das crises

O vice-presidente Michel Temer afirmou ontem que o PMDB tem sido "fundamental" na solução das crises do Brasil e que é preciso adotar mais otimismo para unificar o País. "Nos últimos 50 anos, vivenciamos muitas crises. Mas em todas elas, o PMDB foi fundamental para tirar o País dessas crises. Vamos tirar das nossas palavras o pessimismo e vamos passar para o otimismo para reunificar o País. E se fizemos no passado, vamos fazer no presente e continuar fazendo no futuro", disse.
Ele participou na manhã de ontem da Executiva Estadual do PMDB, na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde foi diversas vezes exaltado como "o nome que vai conduzir a reunificação do País".
O evento contou ainda com a presença da senadora Marta Suplicy, do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. No evento, não faltaram críticas ao governo e a integrantes do próprio PMDB que aceitaram negociar cargos com o Palácio do Planalto.