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Governo Federal

- Publicada em 19 de Outubro de 2015 às 19:14

'Não haverá crise institucional', diz petista

Dilma Rousseff vai manter o contrato de US$ 4,5 bilhões para a compra de 36 aviões de caça Gripen

Dilma Rousseff vai manter o contrato de US$ 4,5 bilhões para a compra de 36 aviões de caça Gripen


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/JC
Mesmo diante do agravamento da crise política, a presidente Dilma Rousseff (PT) proferiu ontem um discurso bastante otimista em Estocolmo, na Suécia. Ela descartou que seu governo corra risco de impeachment. Segundo a petista, não haverá "ruptura institucional" no Brasil, nem "crise política mais acentuada".
Mesmo diante do agravamento da crise política, a presidente Dilma Rousseff (PT) proferiu ontem um discurso bastante otimista em Estocolmo, na Suécia. Ela descartou que seu governo corra risco de impeachment. Segundo a petista, não haverá "ruptura institucional" no Brasil, nem "crise política mais acentuada".
As declarações foram feitas em entrevista concedida ao lado do primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, minutos após encontro bilateral com o chefe de governo. Questionada pela imprensa sueca se as crises econômica e política e a ameaça de impeachment colocavam em risco o contrato de US$ 4,5 bilhões com a Saab para aquisição de 36 aviões de caça Gripen NG, que equiparão a Força Aérea Brasileira (FAB), a presidente descartou a possibilidade.
"Eu asseguro que o Brasil está em busca de estabilidade política, e não acreditamos que haja qualquer processo de ruptura institucional", respondeu. "Nós somos uma democracia e temos tanto um Legislativo, como um Judiciário e um Executivo independentes, mas também que funcionam com autonomia e harmonia. Não acreditamos que haja nenhum risco de crise política mais acentuada."
Dilma ressaltou ainda que países da Europa e os Estados Unidos, que sofreram mais o impacto da crise econômica de 2008, não romperam contratos firmados, e que não há razões para crer que isso poderia acontecer no caso da Saab no Brasil. Como já havia feito minutos antes em discurso a empresários suecos, a presidente reiterou a força da economia do País e o caráter "conjuntural" da turbulência econômica.
"O Brasil tem uma economia estruturalmente sólida. Nós não temos bolhas de crédito, não temos um processo estrutural que leve o Brasil a uma crise profunda, não temos problemas monetários", enumerou. "A crise do Brasil é conjuntural e está sendo enfrentada."
Pouco antes, em discurso na abertura do Seminário Empresarial Suécia-Brasil, Dilma afirmou que o Brasil continua a ser uma opção segura e atraente para investimentos.
"Somos um país que oferece grandes oportunidades e possui ambiente de negócios sofisticado e seguro. Somos uma grande democracia. Nossa economia tem fundamentos sólidos, e estamos trabalhando de maneira decidida para fortalecer sua saúde fiscal, retomando o equilíbrio, reduzindo a inflação, consolidando a estabilidade macroeconômica, para aumentar a confiança e garantir a retomada do crescimento que em nosso país significou, nos últimos 10 anos, inclusão de mais de 36 milhões de pessoas", encerrou a presidente.

Falcão renova críticas a Joaquim Levy

O presidente do PT, Rui Falcão, manteve ontem, as críticas à política econômica do governo federal mesmo depois de a presidente Dilma Rousseff (PT) reafirmar a permanência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo.
Falcão participou de uma reunião no Instituto Lula com outro ministro, Nelson Barbosa, do Planejamento. No domingo, Falcão disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, numa pergunta em relação à liberação de crédito que, se Levy não quisesse "seguir a orientação da presidente deve ser substituído". Na Suécia, a presidente Dilma disse, no domingo, que o ministro da Fazenda não vai deixar o governo.
"A opinião dela é a opinião do governo, e a minha opinião é a do PT. É natural e legítimo eu externar minhas opiniões", disse o dirigente petista, acrescentando que a divergência não enfraquece a relação com o governo.

Levy tem o apoio da colega Kátia Abreu, da Agricultura

Depois da sexta-feira e do fim de semana cheios de incertezas sobre a permanência de Joaquim Levy no cargo de ministro da Fazenda, o executivo ganhou apoio de ao menos uma colega na Esplanada. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), afirmou, via Twitter, que Levy está aplicando "a receita padrão que qualquer economista responsável faria". "Em economia não há mago ou 'economágica'", disse.
Kátia acenou ao Congresso e disse que o Parlamento está fazendo sua parte para ajudar nos ajustes. "Um País não sai de uma crise num passe de mágica ou em 10 meses. Tudo está sendo feito para colher efeito positivo em médio prazo", observou. "Há opiniões que divergem da minha e eu respeito, mas temos que ter paciência e confiar. Não dá para fazer ajustes apenas aumentando receita."
Ela disse ainda que é preciso cortar despesas e criticou os que defendem os cortes, mas não querem cortar na própria carne. Kátia lembrou que o País também depende do Congresso para fazer os ajustes e afirmou que os parlamentares têm feito a parte deles. "Na democracia, quem diverge faz muito barulho. A oposição, certa ou errada, é muito importante para afirmar a democracia. A unanimidade é burra."
Na sexta-feira passada, havia surgido um rumor de que Levy havia redigido uma carta de demissão para apresentar à presidente. Esses rumores cresceram depois da pressão sobre o ministro aumentar, com o ex-presidente Lula (PT), petistas e sindicalistas da CUT pedindo a demissão dele à presidente Dilma Rousseff (PT).

'Faz parte ouvir todas as pessoas', afirma Nelson Barbosa

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou ontem que "faz parte da política econômica ouvir todas as pessoas", ao justificar a palestra que fez pela manhã sobre conjuntura econômica e cenários para 2015 e 2016, no Instituto Lula, em São Paulo.
No local, estava presente, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Rui Falcão, presidente nacional do PT, que defendeu mudanças na política econômica, mesmo que seja necessária a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Faz parte da política econômica ouvir todas as pessoas. Nos reunimos com vários parlamentares no Congresso, com lideranças empresariais, sindicais", disse Barbosa.
"O Partido dos Trabalhadores, o presidente Lula, as lideranças aqui presentes também representam uma parte importante da população e estamos aqui para ouvir as críticas e sugestões e também apresentar as nossas ações, justificar o que estamos fazendo, e ouvir ideias novas."
De acordo com o ministro, sua palestra no Instituto Lula teve como foco "apresentar as ações de política econômica, as perspectivas e o que a gente espera em termos de retomada, de reequilíbrio fiscal".
Barbosa disse que ouviu "várias sugestões de focar mais a política nos investimentos", principalmente os relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento e Minha Casa, Minha Vida. "Estamos procurando fazer dentro da nossa limitação fiscal, dos recursos que nos temos. Não é um espaço fiscal tão grande quanto achávamos que teríamos" no passado, mas ainda assim permite fazer várias coisas", destacou Barbosa.