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Conjuntura

- Publicada em 29 de Outubro de 2015 às 21:54

Levy cobra ação do Congresso Nacional

Joaquim Levy foi recebido pelo ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne

Joaquim Levy foi recebido pelo ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne


JUSTIN TALLIS/AFP/JC
Em quase uma hora de entrevista a jornalistas brasileiros e estrangeiros em Londres, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi enfático e deixou claro que a responsabilidade pela retomada do crescimento da economia e o fim das incertezas que têm impedido a volta dos investimentos no País está nas mãos do Congresso. Para ele, o problema fiscal ainda não foi tratado com a energia que deveria, e não há alternativa ao que chamou de "pacificação da questão orçamentária". Só isso, na avaliação do ministro, será capaz de fazer a economia volte a respirar.
Em quase uma hora de entrevista a jornalistas brasileiros e estrangeiros em Londres, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi enfático e deixou claro que a responsabilidade pela retomada do crescimento da economia e o fim das incertezas que têm impedido a volta dos investimentos no País está nas mãos do Congresso. Para ele, o problema fiscal ainda não foi tratado com a energia que deveria, e não há alternativa ao que chamou de "pacificação da questão orçamentária". Só isso, na avaliação do ministro, será capaz de fazer a economia volte a respirar.
"Se a gente acertar o (ajuste) fiscal, a experiência tem mostrado que a economia volta. Não pode as pessoas olharem só os sintomas, tem que ver a causa. Isso (desemprego e inflação) são sintomas de que o problema fiscal ainda não foi tratado com a energia que precisa. Para isso tem as medidas. Tem muita gente no Congresso que sabe disso e está trabalhando. Tenho confiança de que vamos ver o resultado disso. Não vai ser através de medidas fáceis", afirmou.
O ministro afirmou que "é preciso pensar grande" e usou um repertório que incluía "visão", "coragem" e "audácia" para se referir às medidas que ainda precisam ser aprovadas no Congresso para resolver a questão fiscal e as reformas estruturais necessárias para garantir o crescimento e a eficiência da economia brasileira. Ele avaliou, contudo, que já há uma consciência, no Parlamento, inclusive, da urgência para o sinal positivo que deve ser dado sobre a situação fiscal do País.
Perguntado sobre quem estaria impedindo o avanço das medidas fiscais que estão esperando aprovação no Congresso, o ministro limitou-se a dizer que o País não pode trabalhar com "torcida contra", num claro recado aos críticos do governo e da sua atuação à frente da pasta.
"Acho que o entendimento da importância disso tem evoluído e esse é o lado positivo. O Brasil tem que ser visto de uma maneira positiva. Não pode ter torcida negativa. É o nosso País. É um País maravilhoso. A gente vai mais uma vez superar aqueles grandes problemas que as pessoas apontam no curto prazo", disse.
Depois de dois dias de uma série de encontros com investidores na capital britânica, uma das principais praças financeiras do mundo, Levy disse que a questão fiscal é a maior preocupação dos investidores nacionais e estrangeiros, e que, embora estejam preparados para investir, eles só se sentirão suficientemente seguros quando houver "uma perspectiva fiscal suficientemente sólida".
"O que nos perguntam é quando vai ter um Orçamento para eu poder começar a me mexer, para eu saber que o nevoeiro levantou e agora eu tenho confiança. Muita gente está preparada para investir assim que tiver clareza do cenário fiscal", disse Levy, que foi recebido pelo ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne.
O ministro destacou que o ajuste fiscal é um aspecto chave, mas não é "a história toda", que envolve mudanças "audaciosas" na maneira de a economia funcionar. "Temos que pensar grande. Há problemas no curto prazo, temos que ter Orçamento forte, mas, além disso, temos de pensar também em importantes reformas e medidas para tornar a economia mais eficientes. Nosso trabalho não é aumentar um ou dois impostos para cobrir um buraco. É preparar a economia brasileira para uma mudança de verdade para ser mais competitiva."

Lula defende que Dilma adote política 'mais ousada'

Ex-presidente sugere oferta de crédito para aquecer o consumo

Ex-presidente sugere oferta de crédito para aquecer o consumo


HUGO VILLALOBOS/AFP/JC
Crítico ao ministro Joaquim Levy, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quinta-feira, mudanças na atual política econômica do governo federal. Segundo ele, chegou a hora de a presidente Dilma Rousseff "virar a página do ajuste fiscal", adotar medidas "mais ousadas" e repetir a linha econômica implementada pela sua administração à frente do Palácio do Planalto.
O petista defendeu as mudanças em almoço com a bancada federal do PCdoB, no apartamento da líder do partido na Câmara, Jandira Feghali (RJ). Segundo relatos de deputados federais, ele afirmou que a presidente deve, assim como ele fez em seus oito anos de mandato, reforçar o mercado interno com a abertura de linhas de financiamento.
Na avaliação dele, assim como em 2008, o País pode superar a atual crise com o aumento do consumo da base social. Ele pregou ainda a abertura de crédito para estados e municípios, que têm enfrentado queda nas arrecadações públicas.
Para o petista, o governo federal deve adotar uma "agenda positiva" e fazer sinalizações públicas ao mercado financeiro. No almoço, ele também defendeu a agilização dos acordos de leniência de empresas envolvidas na Operação Lava Jato.
Segundo ele, dessa forma, as empreiteiras podem superar as dificuldades e voltar a conduzir grandes empreendimentos no País. "Pune a empresa e muda os donos, mas o conteúdo nacional precisa ser estimulado", disse o petista.
Lula também defendeu que a presidente se reaproxime dos movimentos sociais e disse não acreditar que tenha êxito na Câmara dos Deputados um pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

Em reunião com Alexandre Tombini, deputados questionam política monetária do governo

Em reunião, na manhã desta quinta-feira, com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deputados da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara questionaram a política monetária comandada pela instituição. No encontro, Tombini apresentou explicações técnicas sem sair do roteiro do que já havia dito em reuniões abertas no Congresso e no evento do Fundo Monetário Internacional, em Lima, neste mês.
Entre as críticas apresentadas estava o patamar da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, considerado alto pelos parlamentares em um cenário de crise econômica e demanda em queda. De acordo com Alfredo Kaefer (PSDB-PR), Tombini justificou que o quadro inflacionário poderia estar pior se as taxas não estivessem onde estão.
"Se o BC estivesse certo, não estaríamos com essa taxa de inflação de quase 10%", criticou o parlamentar. Segundo o deputado, o presidente do BC também afirmou que a política monetária dará maiores resultados quando a política fiscal alcançar êxito. Kaefer ressaltou que Tombini se limitou a apresentar dados que já são públicos, tanto de cenário econômico quanto de expectativas para taxas de juros, câmbio e inflação.