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Economia

- Publicada em 27 de Outubro de 2015 às 22:23

Acordo sobre nafta será definido nesta semana

Uma das propostas prevê contratos de quatro anos entre as empresas

Uma das propostas prevê contratos de quatro anos entre as empresas


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jefferson Klein
Às vésperas de terminar outro aditivo de contrato em relação ao fornecimento da nafta (principal matéria-prima da petroquímica brasileira) da Petrobras para a Braskem, o setor do plástico espera que as empresas cheguem a um acordo de longa duração dessa vez. O último acerto provisório (prática que vem sendo adotada pelas companhias desde 2014) foi firmado há cerca de dois meses e finda no sábado.
Às vésperas de terminar outro aditivo de contrato em relação ao fornecimento da nafta (principal matéria-prima da petroquímica brasileira) da Petrobras para a Braskem, o setor do plástico espera que as empresas cheguem a um acordo de longa duração dessa vez. O último acerto provisório (prática que vem sendo adotada pelas companhias desde 2014) foi firmado há cerca de dois meses e finda no sábado.
Ao final de agosto, durante visita a Porto Alegre, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que em até 60 dias deveria haver uma conclusão quanto à negociação do preço do insumo. A ideia, segundo o dirigente, era conseguir um contrato de longo prazo. Braga salientou que a cadeia petroquímica defende que o período de renegociação de contrato deva ser, pelo menos, a cada dois anos. Uma das propostas que está sendo analisada é a realização de um acordo de quatro anos, com a reavaliação dos termos na metade desse prazo.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Edilson Deitos, admite que a situação preocupa. O dirigente ressalta que o cenário atual, de incerteza de custo de insumo, impede que novos investimentos sejam feitos no polo petroquímico de Triunfo. Esse é o caso da polonesa Synthos, que pretende instalar uma planta de borracha sintética no complexo.
Deitos diz que o preço da nafta também causa preocupação quanto à competitividade da indústria do plástico nacional. "Os padrões da Petrobras são fora da competitividade dos do mercado mundial, que opera à base de shale gas (gás de folhelho ou também chamado gás de xisto) e gás natural e não à base ARA (Amsterdã, Roterdã e Antuérpia - o preço médio da nafta nestes três grandes mercados)", argumenta Deitos. O presidente do Sinplast-RS acrescenta que, apesar de não ter ocorrido um repasse integral por parte da Braskem, as empresas transformadoras de plástico sentem o impacto do aumento do dólar, que encarece as matérias-primas do setor.
O dirigente crê que a instabilidade política vivida hoje no País e a repercussão da Operação Lava Jato dificultam que algum profissional da Petrobras assine um contrato neste momento, mesmo que seja feito com a maior lisura e dentro de regras de mercado. O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Polo Petroquímico de Triunfo (Sindipolo), Carlos Eitor Rodrigues, concorda que o ideal é que um contrato de longo prazo seja fechado o quanto antes. No entanto, o sindicalista argumenta que a concentração do mercado petroquímico pela Braskem, além do fato de a Petrobras ser sócia da empresa, acabou tornando a estatal refém da companhia. Rodrigues também recorda que há denúncias acusando o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de receber propinas da Braskem para tratar do preço da nafta. "Primeiro, tem que haver transparência nesse processo do contrato de nafta, e a Petrobras tem que cobrar da Braskem o preço de mercado", defende Rodrigues.
O presidente do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim/RS), Newton Battastini, destaca que é fundamental que uma solução seja encontrada rapidamente. "A questão afeta a economia do Rio Grande do Sul e a petroquímica brasileira", reforça o dirigente. Battastini acredita e espera que as empresas cheguem a um acordo até este sábado.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, também está otimista que será alcançada uma solução definitiva, com um contrato de longo prazo. O dirigente enfatiza que a cúpula do governo federal envolveu-se no assunto. "Os recursos naturais nacionais deveriam ser utilizados para produzir riquezas no Brasil", sustenta Figueiredo. Petrobras e Braskem, procuradas pela reportagem do Jornal do Comércio, não se pronunciaram sobre o assunto.
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