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Política

- Publicada em 30 de Setembro de 2015 às 20:10

STF dá aval a trechos de lei que restringe criação e fusão de partidos

O Supremo Tribunal Federal (STF) validou ontem dispositivos da lei que restringiu a criação e fusão de partidos políticos. Por 10 votos a um, o Supremo negou a concessão de uma decisão provisória (liminar) para suspender impedimento para que filiado a uma legenda apoie a criação de outra sigla e também a exigência para que a união entre dois partidos só ocorra após cinco anos de suas fundações.
O Supremo Tribunal Federal (STF) validou ontem dispositivos da lei que restringiu a criação e fusão de partidos políticos. Por 10 votos a um, o Supremo negou a concessão de uma decisão provisória (liminar) para suspender impedimento para que filiado a uma legenda apoie a criação de outra sigla e também a exigência para que a união entre dois partidos só ocorra após cinco anos de suas fundações.
Atualmente, o País conta com 35 legendas - sendo 28 com representação na Câmara. Um dos critérios exigidos para concessão de registro de partido é que o grupo político comprove o apoio de 0,5% dos votos dados para o cargo de deputado federal na última eleição para a Câmara, o que hoje representa quase 487 mil assinaturas. A nova lei foi criada em março deste ano, com uma alteração na Lei dos Partidos Políticos, e foi uma tentativa de engessar movimentações que pretendiam desidratar partidos da oposição e do PMDB para reforçar a base de apoio do governo Dilma no Congresso, articulação comandada nos bastidores pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD).
Pela regra anterior, para ter seu registro oficializado pela Justiça Eleitoral não havia impedimento para apoio de quem tivesse ligação com outras siglas. Os ministros discutiram uma ação do Pros pedindo que as normas fossem declaradas inconstitucionais e negaram pedido de uma liminar para suspender os trechos da lei.Relatora do caso, a ministra Cármen Lúcia destacou que há uma "crise de legitimidade representativa" e que é preciso criar maior identificação entre partidos e eleitores. "Essas legendas são objeto, não poucas vezes, de verdadeiro comércio, ainda que no espaço político. O mais grave e mais antirrepublicano que se pode conceber. Até porque, quando se trata de espaço público, em qualquer negócio, vende-se a pátria e paga-se com o futuro", disse a ministra.
Para Luís Roberto Barroso, como há grande profusão de partidos, é natural que o legislador se dedique a impor algum tipo de limite. "Essa multiplicação de partidos não está associada ao ímpeto de contribuir para a formulação de políticas públicas ou para programas de consenso. Há razoável consenso de que a motivação principal é o fundo partidário e acesso ao tempo de televisão", disse o ministro. Isolado, Dias Toffoli, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral, votou contra a exigência de que, para a criação de novas siglas, só serão aceitas assinaturas de quem não seja filiado a qualquer partido político. Segundo ele, isso invade a seara de liberdade do cidadão.
Toffoli argumentou ainda que a Constituição não colocou amarras para a liberdade de criação, fusão e incorporação de partidos. O ministro, porém, afirmou que é um defensor de que é preciso estabelecer maior rigor contra a criação de partidos e sugeriu exigir, por exemplo, apoio de 1,4 milhão de assinaturas.
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