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- Publicada em 02 de Novembro de 2015 às 22:49

'Resiliência será um valor fundamental de gestão'

Segundo o secretário Cezar Busatto, primeiro esboço de plano de ações da Capital será entregue em dezembro

Segundo o secretário Cezar Busatto, primeiro esboço de plano de ações da Capital será entregue em dezembro


JONATHAN HECKLER/JC
Isabella Sander
O que Porto Alegre pode fazer para superar suas adversidades naturais e sociais? A tendência é de que, até o final do ano, a população tenha todas as ações nesse sentido sistematizadas em um plano de resiliência. Vindo da psicologia, o termo "resiliência" define a capacidade de um indivíduo de lidar com seus problemas e superar obstáculos, e tem sido usado também para falar sobre cidades. Nesse contexto, a Capital foi selecionada, em agosto do ano passado, como um dos 100 municípios do mundo a receber um projeto da norte-americana Fundação Rockefeller que visa tornar o local mais resiliente. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, o coordenador do projeto e secretário municipal de Governança Local, Cezar Busatto, revela que, com verba de US$ 1 milhão, a prefeitura da Capital terá dois anos para esboçar e pôr em prática ações na área. Até dezembro, o momento será de reunir ações possíveis para o primeiro esboço do plano. Depois, o município partirá para a ação.
O que Porto Alegre pode fazer para superar suas adversidades naturais e sociais? A tendência é de que, até o final do ano, a população tenha todas as ações nesse sentido sistematizadas em um plano de resiliência. Vindo da psicologia, o termo "resiliência" define a capacidade de um indivíduo de lidar com seus problemas e superar obstáculos, e tem sido usado também para falar sobre cidades. Nesse contexto, a Capital foi selecionada, em agosto do ano passado, como um dos 100 municípios do mundo a receber um projeto da norte-americana Fundação Rockefeller que visa tornar o local mais resiliente. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, o coordenador do projeto e secretário municipal de Governança Local, Cezar Busatto, revela que, com verba de US$ 1 milhão, a prefeitura da Capital terá dois anos para esboçar e pôr em prática ações na área. Até dezembro, o momento será de reunir ações possíveis para o primeiro esboço do plano. Depois, o município partirá para a ação.
Jornal do Comércio - No que se resume o projeto Porto Alegre Resiliente?
Cezar Busatto - Em fortalecer a cidade diante de suas adversidades, sejam naturais ou causadas por ações do homem. Aproveitando a tradição de Porto Alegre de 25 anos de Orçamento Participativo (OP) e toda uma cultura de participação, o projeto foi estruturado pensando em fortalecer na cidade um ambiente não só de participação, mas de colaboração, de modo que as pessoas comecem a trabalhar juntas para enfrentar suas deficiências. Esse ambiente colaborativo está se dando tanto em áreas temáticas quanto nos territórios. Na área temática, o projeto se fixou em cinco grandes temas: Diversificação da Economia, entendendo que, quanto mais diversas são as atividades econômicas, mais a cidade se fortalece em crises; Bem Viver, que visa criar um ambiente em que as pessoas se sintam bem e vivam em harmonia e segurança; Mobilidade Humana, que estuda como termos um sistema que torne a cidade confortável para o usuário, seja na calçada, na bicicleta ou no transporte coletivo; Regularização Fundiária nas áreas irregulares, onde os serviços são precários pela falta arruamento, que não deixa que passe coleta de lixo ou ambulância; e Área de Risco, para eliminarmos o risco de se viver em locais facilmente alagáveis. Cada tema é trabalhado de forma colaborativa, com empresas, comunidades, governo, universidades, pessoas das mais variadas áreas trabalhando para encontrar soluções para as fragilidades que identificamos.
JC - As discussões em âmbito territorial estão sendo feitas nas regiões do OP?
Busatto - Exatamente. Como temos 17 regiões já consolidadas, estamos organizando redes de resiliência nesses locais. Essas redes servem para conhecer melhor aquela comunidade, suas fragilidades, ativos físicos, humanos e naturais. Examinando tudo isso, identificaremos que ações podemos realizar para que aquela comunidade esteja mais forte para enfrentar suas adversidades, ou seja, fique mais resiliente. Em meio aos grupos temáticos e territoriais, há um pequeno grupo estratégico, que faz com que as coisas aconteçam, marca as reuniões, avalia como está indo o trabalho, e reunirá o resultado do trabalho dos grupos numa primeira versão do Plano de Resiliência de Porto Alegre.
JC - Como esse plano será organizado?
Busatto - O plano indicará ações nas cinco áreas temáticas e nas 17 regiões. É a primeira vez que fazemos algo assim em Porto Alegre, de forma sistemática, mesmo que a Capital já tenha enfrentado situações adversas em sua história, como a enchente de 1941 e, do ponto de vista social, a greve de ônibus em 2014, que durou 15 dias. Como a cidade pode continuar funcionando, mesmo diante de uma diversidade dessas? Como sair da crise em condições melhores do que se estava antes dela? São questões que estamos enfrentando. Além disso, estamos reavaliando todas as 360 ações estratégicas que a prefeitura possui em todos os campos, divididas em 12 programas prioritários. A partir de critérios estabelecidos pela análise de resiliência, examinaremos as ações para estabelecer o grau de resiliência da nossa gestão, de modo que possamos rediscuti-las ano após ano, aumentando esse grau. A meta é 100%. Certamente, não estamos aí hoje, mas vamos evoluindo até chegar lá. Na medida em que esses modelos de gestão e do OP rodam, a cidade tenderá a ser mais resiliente. A resiliência se tornará um valor fundamental da gestão da cidade. 
JC - Até agora, o que já foi feito?
Busatto - Em agosto, fechou-se o primeiro ano de dois do projeto. Já fizemos uma avaliação preliminar de resiliência. Agora, estamos entrando nessa segunda fase, que é exatamente a elaboração de uma primeira versão, mas já final, desse plano. Entre dezembro deste ano e agosto de 2016, será a fase de execução das ações identificadas como prioritárias, sejam ações que dependem do governo, do empresariado, que conjugam esforços, ou que dependem do apoio de outras esferas. Além de identificar as ações, veremos quem serão os responsáveis por executá-las e definir prazos. Terminado o projeto, faremos um balanço do que executamos, do que aprendemos, teremos uma segunda versão do plano, e não vamos mais parar. A ideia é que a resiliência se incorpore como prática permanente da cidade.
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