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Economia

- Publicada em 30 de Setembro de 2015 às 20:08

Governo tem rombo de R$ 7,31 bilhões

Resultado reflete sobretudo os gastos com swap, explicou Maciel

Resultado reflete sobretudo os gastos com swap, explicou Maciel


MARCELO G. RIBEIRO/JC
As contas públicas tiveram um rombo de R$ 7,3 bilhões em agosto. Apesar de o resultado negativo ter sido menor do que o registrado em julho e no mesmo mês do ano passado, o déficit acumulado nos oito primeiros meses do ano, de R$ 1,1 bilhão, é o pior para o período desde o início da série histórica, em 2001.
As contas públicas tiveram um rombo de R$ 7,3 bilhões em agosto. Apesar de o resultado negativo ter sido menor do que o registrado em julho e no mesmo mês do ano passado, o déficit acumulado nos oito primeiros meses do ano, de R$ 1,1 bilhão, é o pior para o período desde o início da série histórica, em 2001.
O governo tem acumulado, mês a mês, resultados historicamente ruins. No mês passado, o déficit foi de R$ 10 bilhões, também o pior desempenho para o mês da série histórica. Em agosto do ano passado, o as contas públicas tiveram rombo de R$ 14,460 bilhões, o pior para meses de agosto.
O resultado ruim é reflexo da crise econômica vivida pelo País. Com a alta da inflação e dos juros, o consumo cai e, consequentemente, também recua a produção. Dessa forma, o governo arrecada menos sobre o lucro das empresas.
De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), os municípios e empresas estatais também gastaram mais do que arrecadaram, a única exceção foram os estados, que apresentaram superávit de R$ 226 milhões no mês.
O plano do governo é realizar, neste ano, um superávit primário (a economia feita para pagar os juros da dívida) de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 8,747 bilhões. Desse total,
R$ 5,8 bilhões são referentes apenas ao esforço do Governo Central (o conjunto formado pelos resultados do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência, sem a ajuda de estados e municípios). Com os números apresentados até agora, contudo, o resultado fica cada vez mais distante.
Os juros que o governo deveria ter pago somaram, no mês passado, R$ 49,7 bilhões. De janeiro a agosto, o peso da carga é de
R$ 338,3 bilhões, já superior ao que deveria ser pago em todo o ano passado: R$ 311,5 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, explica que o resultado reflete diversos fatores, sobretudo os gastos com swap cambial, instrumento utilizado pelo BC para venda de moeda americana no mercado futuro, uma forma de oferecer ao mercado privado um "hedge" (ou seja, proteção) contra a oscilação do câmbio.
"Mas não só as operações de swap, o próprio crescimento da base, (o avanço da) inflação, a própria taxa básica de juros(hoje em 14,25%), ajudam a explicar esse aumento expressivo."
Caso se some esses juros da dívida ao déficit primário apresentado no acumulado nos últimos 12 meses, conhecido como resultado nominal, o rombo vai para
R$ 528,3 bilhões, também o pior da série histórica. O valor é equivalente a 9,21% do (PIB).
Se, por um lado, a desvalorização do real dificulta a economia do País e força o Banco Central a fazer swaps; por outro, aumenta o montante de reservas internacionais convertidas em reais. Como o valor das reservas é abatido da dívida líquida do setor público, isso faz com que a dívida caia. Tanto que, em agosto, o montante caiu para 33,7% em relação ao PIB, ante 34,2% em julho. Para setembro, o Banco Central espera que a dívida como proporção do PIB caia para 32,8%. Segundo Maciel, uma variação de 1% na taxa de câmbio implica uma redução de 0,19 ponto percentual na dívida líquida em relação ao PIB, ou R$ 11,33 bilhões.
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