Toda vez que uma pessoa necessita realizar um exame de rotina, como uma coleta de sangue, ela se dirige a um laboratório especializado e lá faz todo o procedimento. No entanto, um dispositivo criado pelo Laboratório Bom Pastor Ltda. promete mudar essa rotina já vigente por muito tempo, ao menos nos casos de análises envolvendo o nível de fármacos presente no organismo de um indivíduo. O projeto da empresa consiste no desenvolvimento de um kit que permite a obtenção, armazenamento e transporte de plasma seco em papel.
"O objetivo é criar uma fórmula de coleta de análises digital", enfatiza o diretor da empresa e coordenador da iniciativa Rafael Linden. Nesse sentido, a pessoa poderá extrair em casa uma gota de sangue no dispositivo portátil, que separará a parte líquida das células. Essa parte do plasma vai ficar gravada em um papel em forma de disco, e a substância ficará seca em alguns instantes. Esse disco com o plasma seco poderá ser enviado ao laboratório por correio, por exemplo. "O dispositivo é feito de membranas especiais e papéis, é quase como um sanduíche", descreve.
Linden ressalta que o contato com o plasma seco é seguro e não transmite qualquer tipo de doença no seu manuseio. As vantagens para o laboratório que receberá o material para análise são múltiplas, já que o plasma seco não precisa ser centrifugado em maquinas para ser obtido, algo que ocorre com os exames de sangue convencionais.
Além do mais, o custo de transporte será mais barato. "Hoje em dia, trazer uma amostra de sangue refrigerado de São Paulo a Porto Alegre custa muito. Com essa solução, é possível enviar por Sedex o plasma seco. A ideia de criar esse dispositivo surgiu justo pela dificuldade logística que tínhamos para fazer análise de fármacos", exemplifica. Para ensinar como o usuário deve usar a ferramenta, a empresa pretende criar vídeos e outros materiais informativos que serão disponibilizados na internet.